Antonio Fagundes segue empenhado em defender Afrânio, seu personagem em “Velho Chico”, e também a criticada peruca utilizada para a caracterização do papel.
“As pessoas rejeitaram o Afrânio e a peruca porque acharam feio. Seria bom reforçar esse tipo de Afrânio para as pessoas perceberem que é justamente uma representação do que temos no nosso país. É uma forma patética de mostrar o poder no Brasil”, avaliou ele em entrevista ao portal “UOL”.
O ator comparou o coronel aos integrantes do Congresso Nacional: “No dia 17 de abril [data da aprovação do processo de Impeachment da presidente Dilma Rousseff], vimos na votação da Câmara dos Deputados uma fila interminável de Afrânios, quase com a mesma roupa, com o mesmo estilo, com o mesmo cabelo acaju e com os mesmos argumentos”.
Fagundes afirmou que, apesar dos comentários negativos, a história não sofreu alterações. “No Brasil, o ator perdeu o prazer de construir personagem. Ao longo da minha carreira, eu fiz muitos personagens em que não saí da zona de conforto. Eles fizeram sucesso, foram elogiados, foram bem-recebidos pelo público, mas faltava uma coisinha e eu sabia disso. Muitas vezes eu percebi antes e fui buscar o que o personagem tinha que representar. Foi assim [saindo da zona de conforto] com ‘Nina’ (1977), com ‘Carga Pesada’ (1979 e 2003), com Caio o Szimanski (de ‘Rainha da Sucata’, 1990), ‘O Rei do Gado’ (1995), ‘Gabriela’ (2012), ‘Meu Pedacinho do Chão’ (2014). E agora estou saindo com o Afrânio”, completou.