“É uma mulher que está aberta ao amor”, revela Regina Duarte sobre nova personagem

10913501_986512134710745_1379849261_n
Regina Duarte ganhou exposição para celebrar carreira de sucesso

Ela frequenta os lares de milhões de brasileiros há mais de cinqüenta anos, deu vida a muitas heroínas, entre elas, a Malu, de  “Mulher Mulher” (1978); Viúva Porcina, de “Roque Santeiro” (1985); Raquel, de “Vale Tudo” (1988); Maria do Carmo, de “Rainha da Sucata” (1990), as Helenas de Manoel Carlos (1996, 1998 e 2006), Clô Hayalla na segunda versão de “O Astro” (2011), e, por último, uma participação especial na primeira fase de “Império”, como Maria Joaquina.

Já no teatro, dirigiu e protagonizou “Raimunda, Raimunda” e, mais recentemente, “Bem-Vindo Estranho”. Depois de um longo período, retomou a carreira nos cinemas e recebeu elogios da crítica pela ex-feminista Glória Polk, de “Gata Velha Ainda Mia”.

Regina Duarte, a eterna ‘namoradinha do Brasil’, recebeu amigos e convidados no último sábado (10), na abertura de sua exposição “Espelho da Arte — A atriz e seu tempo”, com curadoria de Ivan Rizzo, em cartaz em São Paulo até o dia 08 de fevereiro, no Shopping JK Iguatemi. Em entrevista exclusiva ao RD1, a atriz se emociona ao falar de “Malu Mulher”: “Cada vez que eu relembro, como agora nesta exposição que tem um cenário especial pra ela, é muito emocionante”.

Ela também comenta sobre as Helenas de Manoel Carlos — “São mulheres que contribuíram muito para a minha vida pessoal e também para a vida pessoal de muita mulher brasileira.“ — e do seu novo desafio na próxima novela das 18h, “Sete Vidas”: “É uma mulher que está aberta ao amor, não importa se é com homem ou mulher.”

Confira a conversa com a atriz:

RD1: Tem ideia do quanto “Malu Mulher” contribuiu para a vida de milhões de brasileiras?

Regina Duarte: O programa veio numa época em que havia poucas separações, as mulheres não assumiam a sua liberdade, se sujeitavam a um casamento falido, às vezes, com grandes sofrimentos. Depois disso, a mulher começou a conquistar o mercado de trabalho. Tudo parte do ponto de vista da independência financeira. Se você não tem independência financeira, você tem que ficar casada com alguém que sustente você e seus filhos. Mudou muito dos anos 80 pra cá. Foram grandes transformações. A mulher também assumiu uma posição de independência que tem o seu preço. Ela fica acumulada de várias funções: mãe, dona de casa, esposa, trabalhadora, vida social. Mas ela está dando conta. Melhor isso do que a escravidão, a subserviência. Liberdade tem um preço.

RD1: Como a censura imposta pelo Regime Militar afetou o seriado,  vendido para mais de 52 países? A série, criada e dirigida por Daniel Filho, falava abertamente e pela primeira vez sobre homossexualismo, aborto, masturbação e orgasmo.

Regina Duarte: O programa sofreu muitos cortes. Tinha programas que não entravam antes da meia-noite porque eles consideravam temas pesados. Mas isso não desanimou ninguém, pelo contrário, ficamos estimulados a tratar de temas ainda não abordados na televisão.

RD1: O seriado já foi reprisado pelo Canal Viva. Como foi rever uma atração que marcou a história da televisão brasileira?

Regina Duarte: É um programa que fala muito no meu coração e na minha mente. Foi feito em um período da minha vida em que eu tinha grandes inseguranças, eu tinha acabado de me separar também, mas, ao mesmo tempo, me deu muita força, me estimulou muito a continuar acreditando que eu era capaz, que eu tinha força suficiente para tocar minha vida em frente. Cada vez que eu relembro, como agora nesta exposição que tem um cenário especial pra ela, é muito emocionante.

RD1: Foram três Helenas: “História de Amor”, “Por Amor” e “Páginas da Vida”. Como descrever um papel tão importante da obra de Manoel Carlos?

Regina Duarte: As Helenas, maravilhosas! Cada uma é especial, mas ao mesmo tempo elas têm algumas semelhanças e divergências. Elas são únicas. Sempre aprendi muito com elas, são personagens que me ensinaram muito. Coisas sobre mim mesma, sobre as minhas fraquezas, as minhas qualidades também. Mulheres generosas, mas sempre com algum defeito, alguma dificuldade de se relacionar. Humanas. Eu acho que são mulheres que contribuíram muito para a minha vida pessoal e também para a vida pessoal de muita mulher brasileira.

RD1: Em “Sete Vidas”, próxima trama das 18h, você dará vida a uma mulher independente, que perdeu a companheira, mas que construiu uma família. Como será essa nova personagem?

Regina Duarte: O contexto é mostrar uma mulher livre na vida para assumir os seus desejos, sua capacidade de se envolver com pessoas através do amor e do afeto, da cumplicidade sem se preocupar de qual gênero é essa pessoa. Isso é uma coisa que fica cada vez mais clara para a sociedade. Não vejo nada de diferente. É uma mulher que está aberta ao amor, não importa se é com homem ou mulher. Mas que está preocupada, no momento em que a novela acontece, em fazer companhia para o filho e para a família que ele criou.

RD1: Depois de um longo período longe do cinema, você protagonizou junto com a atriz Barbara Paz “Gata Velha Ainda Mia”, e recebeu muitos elogios da crítica. Já podemos esperar um novo trabalho pela frente?

Regina Duarte: Eu tenho recebido propostas interessantes depois de “Gata Velha Ainda Mia”. Esse filme é uma guinada, inaugura um novo patamar importante na minha carreira. Sou muito grata ao Rafael Primot — diretor do longa —, ele me deu a chance de mostrar uma mulher que eu ainda não tinha navegado naquelas águas. Isso abre a possibilidade de outros diretores, produtores me olharem com outros olhos.

RD1: Quais as novidades em relação ao teatro?

Regina Duarte: Voltamos em cartaz em abril ou maio com “Bem-Vindo Estranho”, no Rio de Janeiro. Aqui em São Paulo, estou dirigindo “A Volta Para Casa” — um grupo de teatro formado por 18 atores que conta com a produção do Marcelo Gomes e do Eduardo Bodstein —, que está lutando para conseguir patrocínio para permanecer em cartaz.

O que você achou? Siga @rd1oficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui
Da RedaçãoDa Redação
A Redação do RD1 é composta por especialistas quando o assunto é audiência da TV, novelas, famosos e notícias da TV.  Conta com jornalistas que são referência há mais de 10 anos na repercussão de assuntos televisivos, referenciados e reconhecidos por famosos, profissionais da área e pelo público. Apura e publica diariamente dezenas de notícias consumidas por milhões de pessoas semanalmente. Conheça a equipe.