Globo errou feio ao esnobar o poder de Xuxa Meneghel

Xuxa Meneghel já tem lugar garantido na história da televisão aberta no Brasil
Xuxa Meneghel já tem lugar garantido na história da televisão aberta no Brasil

Aos 51 anos, Xuxa Meneghel é uma das maiores apresentadoras história da TV no Brasil. E não é exagero! É importante reconhecer seu valor diante do bombardeio que a artista está sofrendo nas redes sociais por ter assinado com a Rede Record. O carisma da ex-Rainha dos Baixinhos ainda arrebata multidões de fãs ensandecidos, que cresceram diante das telas dançando ao som dos hits da loira. Triste constatar que nada disso foi levado em consideração nos últimos meses…

Recapitulando! Mesmo em baixa após o fracasso do “Xuxa no Mundo da Imaginação” (2002/2004), um programa de alta qualidade para os padrões popularescos da TV aberta, Meneghel continuou aumentando a margem de lucros vendendo CDs e produtos licenciados. Fora do ar, permaneceu gerando burburinho na mídia com especulações sobre seu futuro em frente às câmeras. Falar de Xuxa, seja sobre o lado pessoal ou profissional, ainda vende revista e gera milhões de cliques para os portais. É um nome que está na cabeça dos brasileiros.

Bem articulada, não podemos deixar de lembrar que Xuxa é uma excelente comunicadora e sabe conduzir muito bem entrevistas no palco. Lembra do quadro “Intimidade”, do “Planeta Xuxa”? Então… É preciso lembrar que esse último programa, diga-se, recuperou a liderança da Rede Globo na corrida pela audiência aos domingos nos anos 90 – um tempo em que Gugu Liberato dava surras semanais na ex-vênus platinada com quadro apelativos no SBT. O “Planeta”, aliás, até a semana passada, era uma das reprises mais vistas do canal Viva, da Globosat.

Nos últimos meses, a maior emissora do país mostrou uma postura mesquinha e arrogante ao esnobar a força de Xuxa. Poxa, ela não é uma apresentadora qualquer e rendeu milhões para a Família Marinho nos últimos 30 anos. Não podia ter sido descartada dessa forma. Deveria ser prioridade na programação de 2015, “o ano dos 50 anos da Globo”. Faltou espaço na grade? Como assim? Por que continuam, então, exibindo enlatados na “Sessão da Tarde”, “Tela Quente”, no “Cine Fã-Clube” e na “Temperatura Máxima”? É inadmissível que uma televisão desse porte ainda dependa de filmes norte-americanos em horários tão importantes.

Vamos parar com esse discurso equivocado de que não existe vida fora do Grupo Globo. Hebe Camargo sempre foi o que foi, conquistou o status de Rainha da Televisão, e nunca trabalhou por lá. Silvio Santos, apesar da curta passagem alugando horários no canal na década de 60, também só se tornou um mito depois que fundou o SBT. Raul Gil e o próprio Gugu Liberato são outros exemplos de que é possível conquistar um nome sem precisar estar na Globo.

Quem se deu bem, no fim das contas, foi a Record. Ao contrário do que muitos apostam, acredito sim que Xuxa tem grandes chances de dar certo por lá. Até porque, “dar certo” em televisão hoje em dia é um conceito bastante relativo, levando-se em consideração a concorrência com a TV paga e as outras mídias. Para os padrões da emissora de Edir Macedo, garantir a vice-liderança isolada e retorno comercial já está de bom tamanho. O resto é lucro. Xuxa é capaz de conseguir isso e vai surpreender, fechando o bico de muitos urubus por aí.

______________________________________________________

Henrique Brinco é formado em jornalismo pelo Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), de Salvador. Escreve sobre mídia e cultura pop há sete anos em grandes veículos do segmento, com passagens pela Rede Record de Televisão e Rede Bahia (afiliada na Rede Globo na capital baiana). Também foi colaborador da revista Viver Bahia e de diversas publicações voltadas ao turismo local.

Envie ideias, críticas e sugestões para o e-mail [email protected]

______________________________________________________

O que você achou? Siga @rd1oficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui
Henrique BrincoHenrique Brinco
Henrique Brinco é baiano, formado em Comunicação Social pela Unijorge, de Salvador. Atua no jornalismo desde 2008, passando pelas editorias de política, cidades, cultura e entretenimento em diversos portais de notícias, locais e nacionais. É colaborador do RD1 desde 2012, onde já foi responsável pela editoria de Famosos e autor da coluna Por Trás da Mídia. É fã número 1 de reality shows. Fala besteira no Twitter (@brinco) o dia todo também!