Na madrugada desta terça-feira (11) Jô Soares recebeu os autores do livro “Mascarados: A Verdadeira História dos Adeptos da Tática Black Bloc”, mas a conversa com a socióloga Esther Solano e os jornalistas Bruno Paes Manso e Willian Novaes se manteve acima do tom durante todo o tempo. Isto porque o veterano não fez questão nenhuma de esconder que discordava do ponto de vista de seus entrevistados.
Logo nos primeiros minutos, o apresentador questionou a socióloga sobre sua motivação para pesquisar sobre um tema “tão tenebroso”, ao que ela respondeu tentando amenizar esse conceito, por meio da reiteração de que o tema não era tão tenebroso assim.
Na sequência, por mais de uma vez, Jô associou o movimento black block aos regimes fascista e nazista, relatando que, em uma destas manifestações, viu pessoas com a suástica – “o símbolo mais terrível da história da humanidade” – tatuada nas costas. A generalização incomodou os entrevistados.
“Por um [indivíduo], você não pode intitular o resto, né? Um não é massa”, rebateu Esther, frisando que, durante o seu trabalho de campo, ela nunca se deparou com situação semelhante. As divergências ficaram explícitas durante todo o bate papo, até que, em determinado instante, Soares interrompeu um dos jornalistas, para que ele pudesse concluir a pergunta que estava formulando.
Em dado momento, a socióloga explicou qual é o pensamento dos manifestantes com quem conversou. “Cometemos violência contra bancos para mostrar que o sistema é violento. Não sou eu que sou vândalo porque estou jogando pedra, o Banco do Brasil que é por suas taxas de juros”.
Mais tarde, ao voltar a equiparar nazistas e black blocs, Jô ouviu que esta não era uma comparação honesta. “Você comparar black blocs; com a violência nazista me parece que não é honesto. Em um estamos falando de violência contra objetos, em outro, de um extermínio [de judeus]. Acho que não é equilibrado”, sentenciou. O convite para que os autores participassem do programa partiu do próprio Jô.
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