Oscar Filho comenta “pegadinha” contratual e se diz menos inocente após demissão da Band

Fora do "CQC", Oscar Filho comenta sobre a nova temporada do programa.
Fora do “CQC”, Oscar Filho comenta sobre a nova temporada do programa

Nesta segunda-feira (8), a TV Bandeirantes estreia a oitava temporada do “CQC”. Na expectativa de ampliar a audiência atingida pelo formato argentino, o elenco destacará novos nomes, enquanto outros não poderão mais ser vistos. É o caso de Marcelo Tas, que terá o seu lugar na bancada assumido por Dan Stulbach e também o de Oscar Filho, repórter do programa, desde a primeira exibição.

Paramentado com o conhecido terno preto, Oscar se especializou em ouvir e investigar denúncias de comunidades brasileiras, na busca pela solução dos problemas relatados. O expediente era parte do quadro “Proteste Já”, considerado o carro-chefe da atração. Ironicamente, o humorista que por quatro anos enfrentou autoridades em prol de justiça, questiona a lisura da antiga emissora, no trato de seu desligamento. “Não esperava que o programa não daria o exemplo dessa justiça que ele mesmo cobra por aí“, afirma.

Longe do formato e do canal que lhe conferiram projeção nacional, o humorista decidiu se enveredar por um caminho inédito – o cinema. A estreia nas telonas se dará em julho, com “Carrossel”, longa baseado na exitosa novela do SBT. Nesta conversa com o RD1, Oscar comenta sobre a nova experiência e, claro, também esclarece sua “falsa” contratação pelo canal de Silvio Santos, divulgada nos últimos dias.

Confira:

RD1 – Oscar, você ficou sabendo de seu desligamento do “CQC” através da imprensa. Como lidou com essa situação? Ficou magoado?

Oscar –  Não é magoado a palavra. A questão é: fiz parte do programa durante 7 anos. Fiz o quadro que os argentinos mais gostam por 4 anos. Fiquei na bancada durante 2 anos. Ajudei o “CQC” ser o que ele é hoje. Esperava mais, sabe? Mais consideração, pelo menos. O “Proteste Já” é um quadro que fala justamente sobre justiça, não sei se eles foram justos comigo. Mas, entenda, não é uma reclamação nem “mimimi”, é uma constatação. Não esperava que o programa não daria o exemplo dessa justiça que ele mesmo cobra por aí. Deixei de ser menos inocente. Enfim. Digo que é uma constatação porque devo parte da minha carreira ao programa.

Oscar Filho, em gravação do "Proteste Já", quadro comandado por ele durante quatro anos.
Oscar Filho, em gravação do “Proteste Já”, quadro conduzido por ele durante quatro anos

RD1- Apesar dessa indelicadeza da emissora, você publicou um belo texto de despedida, deixando clara sua gratidão. O que de mais positivo você destaca da sua trajetória na atração?

Oscar – Tudo o que eu escrevi ali: sou mais conhecido, muita gente conhece meu trabalho, cresci profissionalmente, conheci pessoas que nunca imaginei que pudesse conhecer.

RD1 – O programa atravessava uma crise de audiência. A que você credita essa queda nos números? 

Oscar – Na vida, as coisas tem um prazo bem determinado e na TV, isso é ainda mais evidente. Você precisa renovar a todo instante. A troca de mais da metade do elenco é uma tentativa disso. Tomara que dê certo. Tenho amigos lá que eu quero que se deem bem.

RD1 – O que espera de seu “substituto”, o Juliano Dip? 

Oscar – Olha, desejo que o cara entre de cabeça e que ele realize o “Proteste Já” melhor que eu. Ali, ele terá a chance de ajudar muita gente. Desejo o melhor pra ele, assim como pros outros todos.

Oscar Filho e Marco Luque se divertem com Marcelo Tas, na bancada do "CQC".
Oscar Filho e Marco Luque se divertem com Marcelo Tas na bancada do “CQC”

RD1 – Como você imagina Dan Stulbach no comando do programa? O Tas tinha uma identificação muito forte com o projeto… 

Oscar – Sim, o programa é o que é hoje, muito por causa do Tas, porque a figura dele trazia confiança e um pouco mais de seriedade e credibilidade ao programa. Não conheço o Dan como apresentador. Gosto muito dele como ator, mas no programa não imagino mesmo como será. Foi uma surpresa pra mim quando soube que era ele. Dei uma entrevista pro Pânico e um monte de site foi correndo colocar no título “Oscar Filho alfineta Dan Stulbach”. Não alfinetei ninguém, só estou sendo sincero em dizer que não o vejo apresentando. Não quer dizer que eu duvide da sua competência. Mas o público é cruel. Como você disse, o Tas era o CQC e o CQC era o Tas. Tomara que peguem leve com o Dan e que entendam que a adaptação muitas vezes não é automática.

RD1 – Você chegou a ser anunciado como o novo integrante do “The Noite”, no entanto, foi apenas uma participação. O público vibrou muito com sua “falsa” contratação. Como foi essa experiência?

Oscar – Foi demais!!! O João, produtor do programa, me contou a ideia do avião caindo e eu sendo comido pra alimentar o elenco. Eu seria anunciado como contratado e aposta do programa em 2015. Seria uma trollada geral. Aí o Danilo publicou no Twitter, eu compartilhei e aí as pessoas começaram a acreditar.

Em esquete trash, Oscar Filho foi "devorado" pelo elenco do "The Noite"
Em esquete trash, Oscar Filho foi “devorado” pelo elenco do “The Noite”; contratação não passou de uma “pegadinha”

RD1 – Gostaria que a contratação tivesse mesmo acontecido? 

Oscar – Sem puxar saco, é realmente a minha opinião: eu acho o time deles tão coeso, tão coeso, que se mexerem, não sei se ajudaria. Cada um tem um personagem muito bem delineado ali. Eu acho até bonito de ver. Sempre fui fã do Danilo e do Ultraje a Rigor. Agora sou fã deles todos e do programa em geral.

RD1 – O que você quer fazer na TV?

Oscar – Gostaria de ter um programa de entrevistas. Não um talk show, mas uma coisa a lá Marilia Gabriela. Gostaria de fazer uma sitcom de humor bem feita. Gostaria de fazer algo relacionado a reportagem investigativa, gostaria de fazer um programa nerd. Vamos ver o que rola.

RD1 – Logo após a rescisão com a Band, você participou do “Programa Silvio Santos”, gravação esta que rendeu bons momentos para o público. Na ocasião, Silvio demonstrou ter gostado bastante de você. Ali, pintou uma esperança de um contrato com ele? 

Oscar – Acho que vivi tempo suficiente pra entender que não dá pra ter expectativa com qualquer coisa. Eu tava tão extasiado em conhecer o cara mais profundamente – antes eu já tinha entrevistado o Silvio pelo CQC – que eu nem pensei em mais nada. Fiquei até surpreso de ter ido bem no “Jogo das 3 Pistas”. Eu tava era observando ele trabalhar, comandar e entreter todas aquelas pessoas que estavam no estúdio.

Ao lado de Sílvio Santos, Oscar comemora acerto em game comandado pelo animador
Ao lado de Sílvio Santos, Oscar comemora acerto em game comandado pelo animador

RD1 – Como é sua relação com o Gentili?

Oscar – Eu sou ativo e ele, claro, o passivo.

RD1 – Você está envolvido com  o longa “Carrossel”, inspirado na novela infantil de sucesso. Como foram as gravações? Acha que será um antagonista à “altura” de Cirilo?

Oscar – Sim, claro. Eu sou adulto, ele criança, eu alto e ele baixo, eu sou branco e ele negro. Tem antagonismo o suficiente aí, não? As gravações terminaram no comecinho de fevereiro. Não imaginei que eu pudesse me divertir tanto assim. Além de conhecer pessoas que eu admiro bastante, como o Paulo Miklos, com quem eu faço dupla, o Orival Pecini, que fazia o Fofão e o Patropi, a Maisa, que eu acho uma menina genial. Muita coisa boa pra aprender ali!

RD1 – No ano passado, você lançou um livro que reunia interessantes passagens de sua vida. De quem você teria vontade de fazer uma biografia, mesmo que não autorizada?

Oscar – Silvio Santos, certeza. Se ele tem histórias boas na frente da TV, imagine por trás. Aliás, acho que daria algo com mais de 1000 páginas.

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