Prestes a lançar a primeira novela bíblica de sua história, a Record vem encontrando nas Escrituras a mais bem-sucedida fonte de inspiração para sua dramaturgia.
A princípio, a proposta de transformar sagas de cunho religioso em minisséries voltadas para o grande público causou certa estranheza, mas a aposta acabou se tornando um dos maiores acertos da emissora, que encontrou um filão inexplorado por suas concorrentes.
Numa matéria especial, o RD1 relembra as produções bíblicas já exibidas pelo canal e revela as curiosidades que marcaram a realização de cada uma delas.
Confira:
“A História de Ester” (2010) – A primeira aposta da atual gestão da Record em produções bíblicas foi “A História de Ester”, uma minissérie de dez capítulos estrelada pela então novata Gabriela Durlo.
A experiência foi bem-sucedida e os índices de audiência registrados por “Ester” levaram a emissora a continuar investindo no filão, que viria a se tornar um dos carros-chefe da Casa. Considerada inovadora, a produção foi reprisada em duas ocasiões nos anos seguintes.
As limitações tecnológicas, porém, fizeram com que a minissérie também ficasse marcada por sequências consideradas “fakes” e as barbas postiças utilizadas pelos atores se tornaram motivo de piadas nas redes sociais e até mesmo nos bastidores.
“Sansão e Dalila” (2011) – A Record contratou a ex-global Mel Lisboa especialmente para o papel de Dalila e anunciou a minissérie como a mais moderna produção de sua história até então.
O maior número de episódios – dezoito – demonstrou a confiança da emissora no produto, que custou a “bagatela” de R$ 12 milhões. O retorno foi satisfatório e “Sansão e Dalila” também obteve boa audiência e repercussão, embora seu enredo tenha sido considerado confuso por alguns críticos da época.
O êxito da produção ousada serviu para “preparar o terreno” para investimentos ainda maiores no gênero, que alcançaria seu ápice no ano seguinte.
“Rei Davi” (2012) – Estrelada por Leonardo Brício, “Rei Davi” foi a primeira minissérie da Record a efetivamente incomodar a Globo, tratada pela emissora como seu maior “Golias”.
Aclamada por público e crítica, a produção chegou a conquistar a liderança de audiência e impressionou o público com a qualidade apresentada por seu conjunto, sendo exaustivamente reprisada até mesmo durante sua exibição original.
Pelos resultados conquistados, “Rei Davi” é considerada a mais bem-sucedida empreitada bíblica da Record, que não conseguiu alcançar o mesmo sucesso em suas minisséries posteriores.
“José do Egito” (2013) – Orçada em R$ 28 milhões, “José do Egito” foi a mais longa minissérie bíblica da Record e contou com gravações no próprio Egito, jornada inédita na história da emissora.
Tanto requinte, no entanto, não foi suficiente para fisgar o público e “José” obteve resultados aquém do esperado pela Casa, sendo prejudicada pelo “esticamento” promovido pela Record, que transformou os 24 capítulos originais em 37.
A produção foi a última a contar com “carta branca” para gastos, já que, naquele mesmo ano, a Record promoveria mais de mil demissões e reduziria significativamente seu casting de atores e a verba destinada à dramaturgia.
“Milagres de Jesus” (2014/2015) – Dividida em duas temporadas, a série teve uma estrutura diferente da de suas antecessoras e contou diversas histórias em episódios independentes.
Desta vez, Jesus Cristo foi o protagonista da produção, embora seu rosto não aparecesse e o enredo fosse contado a partir do ponto de vista de Seus agraciados. A proposta inovadora, no entanto, não conquistou os telespectadores e “Milagres” chegou a ser derrotada pelo SBT em diversas ocasiões.
A produção, que chegou ao fim nesta semana, envolveu quase todo o elenco da Record e, apesar do orçamento limitado, teve os cenários e figurinos elogiados pela crítica especializada.